domingo, 6 de fevereiro de 2011

Chega ao fim drama de marinheira brasileira nos EUA

Por Agência Amazônia de Notícias

Chega ao fim drama de marinheira brasileira nos EUA

graciela05022011aNeta de ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB), Graciela foi acusada injustamente de uso de drogas. Na verdade, a jovem havia ingerido o medicamento Tylenol receitado pelo seu dentista
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WASHINGTON, DC – Chegou ao fim o drama de Graciela Falqueto Saraiva. Brasileira naturalizada americana, Graciela estava à serviço da Marinha norte-americana. Mas no dia 6 de maio foi expulsa com desonra da organização militar. A justificativa para expulsão sumária foi uma acusação equivocada de uso abusivo de droga por parte da brasileira. Graciela enfrentou longos meses de sofrimento e agonia e, com a ajuda de seu pai, o jornalista Samuel Saraiva,  brasileira lutou para provar sua inocência. Alimentou-se da esperança e, finalmente, a verdade prevaleceu.
A família de Graciela não se conformou veredicto da US Navy.  E foi à luta. Buscou a solidariedade e o apoio concreto de amigos e autoridades, tanto no Brasil quanto nos Esatdos Unidos.  Recebeu da imprensa brasileira o apoio de jornalistas empenhados no combate às injustiças e sensíveis ao  drama de sua filha.  A jovem Graciela é neta de um ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB), o tenente Jairo Saraiva.
A luta surtiu efeitos. Ontem, o Oficial Executivo do Centro Operacional da Navy em Baltimore, a LCDR Cherryl Hawthome, reviu o caso.  Explicou que a farta documentação recebida de Graciela convenceu o Comando Naval a revogar o ato de expulsão.  Além recuar na expulsão, a US Navy também expediu os formulários indispensáveis para a retificação dos registros militares de Graciela, restituiu as suas condecorações e ainda ofertou a assistência necessária à sua reincorporação. A decisão permite que Graciela se reapresente à US Navy já na terça-feira, 8.
Graciela reagiu à notícia com choro e muita emoção.  Confessa que seu coração pulsou  mais forte  diante da possibilidade de, novamente, voltar a vestir seub uniforme militar e retornar ao serviço ativo da Marinha dos Estados Unidos, seu país adotivo. Garciela também se disse orgulhosa da solidariedade recebida daqueles que não compactuam com injustiças.
Sobre o abandono da brasileira noticiado na edição de hoje do Informe JB, editado pelo jornalista Leandro Mazzini, a família Saraiva afirma desconhecer o motivo da não entrega da carta enviada pelo pai de Graciela à presidente Dilma Rousseff.  A família informa que a missiva fora enviada aos cuidados da Embaixada do Brasil em Washington. E há recibo de entrega da correspondência à secretária do embaixador. 
Senador Acir Gurgaz interceda pela brasileira
O pai de Garciela, Samuel Saraiva, reconhece, no entanto, que o Itamaraty não agiu tão rigorosamente no caso de sua filha como já o fez em situações envolvendo outros brasileiros. O jornalista avalia que tal comportamento possa estar ligado à sua atuação nos Estados Unidos em defesa dos interesses dos brasileiros. É de autoria de Saraiva duas propostas legislativas que tramitam no Congresso brasileiros nesse sentido. As iniciativas do jornalista Samuel Saraiva foram apresentadas na Câmara pelo deputado Manoel Júnior (PMBD-PB). E não foram bem recebidas pelos comandantes recentes da diplomacia brasileira.
A primeira delas é o Projeto de Lei 559/2010,  que dispõe amplia as atuais diretrizes do Ministério das Relações Exteriores para garantir maior assistência a brasileiros que vivem no exterior.  O Itamaraty posicionou-se contrário à iniciativa.  A segunda ação de Saraiva junto a Manoel Júnior culminou com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 436/2009.  Essa PEC assegura representação política para a diáspora pelo sistema proporcional.
Na avaliação de Saraiva outra atitude sua que pode ter causado o desinteresse do Itamaraty pelo caso envolvendo sua filha foi o fato de, no passado, ter solicitado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a suspensão do Conselho de Representantes Brasileiros no Exterior (CRBE). Saraiva alegou que o funcionamento do organismo causa desperdício de dinheiro público. A atitude do jornalista irritou autoridades do Itamaraty.
Saraiva afirma ser difícil entender a lógica da diplomacia brasileira. Observa ele que quando se trata de defender estrangeiros mundo afora (é o caso recente  do italiano Cesare Battisti, asilado no Brasil), a atuação do Itamaraty é firme e forte, mas quando se trata de brasileiros – como ocorreu com sua filha, a jovem Graciela Saraiva – o silêncio total. 
Apesar da apatia da diplomacia brasileira, Samuel Saraiva e sua família têm motivos de sobras para festejarem a decisão da Marinha norte-americana em rever a expulsão de Graciela. Saraiva e a irmã de Graciela, Priscila contam que nos meses de sofrimenrto e angústia que passaram foi decisivo o apoio recebido de algumas pessoas, entre as quais  a senadora norte-americana Barbara Mikulski, do Partido Democrata, e do senador Acir Gurgaz (RO), líder do PDT no Senado brasileiro. Gurgaz intercedeu em favor da brasileira junto à senadora Barbara  Mikulski. No âmbito político, a família Saraiva ainda recebeu ajuda  da ex-senadora Fátima Cleide (PT-RO), do deputado Manoel Júnior (PMDB-PB) e do ex-deputado Isaac Newton Pessoa (RO).
Saraiva ainda destaca como decisiva para a vitória de Graciela a  ajuda que a família recebeu  dos jornalistas Cláudio Dantas Siqueira e Solange Azevedo (Revista IstoÉ), Leandro Mazzini (Informe JB), Rayssa Tomaz (Jornal de Brasília), Luigi Sofio (TV Globo NY), Felipe Salles (Alide), Carlos Sperança, Montezuma Cruz, Chico Lemos (Gente de Opinião, de Rondônia) e Chico Araújo (Agência Amazônia de Notícias).

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