sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Crivella e os brasileiros rejeitados no exterior

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Brasileiros nos Estados Unidos da América
- Repatriamento de 301 brasileiros presos nos Estados Unidos por imigração ilegal. Entre 30/07/2005 e 04/08/2005
- Viagem ao Estados Unidos da América – Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos da América. Entre 20/06/2005 e 01/07/2005
- Viagem para buscar a repatriação dos brasileiros que se encontram nas prisões norte-americanas, em nome da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Entre 25/11/2004 e 03/12/2004.
- Viagem aos Estados Unidos da América do Norte, em missão oficial da Subcomissão Permanente de proteção dos Cidadãos Brasileiros no Exterior, com vistas a examinar as condições dos brasileiros detidos em estabelecimentos prisionais naquele País, e intermediação do retorno dos mesmos. Entre 05 de janeiro de 2004 e 27 de janeiro de 2004.

Missão resgate Senador negocia, com sucesso, a volta de brasileiros presos nos EUA.
O senador Marcelo Crivella, vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores e presidente da Subcomissão Permanente de Proteção aos Cidadãos Brasileiros no Exterior, liderou a comitiva que foi aos Estados Unidos no dia cinco de janeiro. O objetivo da viagem foi negociar com as autoridades norte-americanas a liberação dos 923 brasileiros que estão presos nos EUA após cruzarem ilegalmente a fronteira daquele país.
São brasileiros que vão para os Estados Unidos na esperança de construir uma vida melhor.
O sonho, no entanto, costuma custar caro. Os Estados Unidos apertaram o cerco na fronteira mexicana, por onde entra a maior parte dos imigrantes ilegais depois do fatídico 11 de setembro. Uma vez preso, o estrangeiro precisa aguardar a audiência na qual o juiz determina a deportação. O brasileiro só consegue voltar para o Brasil depois que, chegada a sua vez, uma companhia aérea oferece vagas para ele embarcar.
“É terrível” — diz o senador Crivella. “Esses brasileiros não cometeram nenhum crime, senão o de sonhar com melhores condições de vida. Não roubaram, não mataram e estão presos como se fossem marginais de alta periculosidade. Alguns há meses” — explica.
Na verdade, criou-se uma queda-de-braço diplomática. O governo americano queria repatriar os brasileiros em vôos fretados. O governo brasileiro achava a medida desumana. Como não se chegava a um acordo, os brasileiros continuavam presos.
A interferência da Subcomissão Permanente de Proteção aos Cidadãos Brasileiros no Exterior, da qual Crivella é o criador, foi fundamental no sentido de convencer o governo brasileiro de que caberia aos detentos decidir o futuro deles. Da comitiva que seguiu para os EUA, fizeram parte, ainda, o senador Hélio Costa (PMDB – MG) e o deputado federal João Magno (PT – DF).
Depois de bem sucedida negociação, Crivella, Hélio Costa e João Magno desembarcaram em Belo Horizonte, no dia 28 de janeiro, trazendo a primeira leva de 277 brasileiros de volta para casa. Foi uma festa geral. Até abril todos os brasileiros que estão presos nos Estados Unidos por imigração ilegal estarão de volta.




Vôo dos rejeitados


Grupo de 262 brasileiros que tentaram entrar ilegalmente nos EUA e foram presos chegam amanhã a Belo Horizonte. Deportação encerra o drama de imigrantes que passaram fome e ficaram longe dos filhos.
Onze imigrantes brasileiros rezam numa penitenciária de San Diego, na Califórnia, onde ficaram presos por tentarem entrar clandestinamente nos Estados Unidos
Desembarcam amanhã no aeroporto de Confins (Belo Horizonte) 262 brasileiros que estavam presos nos Estados Unidos por tentarem entrar ilegalmente no país pela fronteira americana. Eles saem hoje de Tucson (Arizona) às 21h (hora local), num vôo da companhia aérea portuguesa Luxor Air Fretado pelo governo americano, e chegam amanhã ao meio-dia à capital mineira. A volta para casa foi a solução encontrada pelos governos do Brasil e dos EUA, com a intermediação de uma comissão parlamentar brasileira que está em território americano desde o dia 6 de janeiro, para pôr fim ao sofrimento de pessoas que viram o sonho de uma vida melhor terminar na cadeia.
Estarão no vôo 180 mineiros, 32 goianos e 50 pessoas nascidas em outros estados. Pelos cálculos do governo norte-americano, há 922 brasileiros presos nos Estados Unidos. Segundo ficou acertado com as autoridades, outros dois vôos partirão na primeira semana de março e na primeira de abril com os demais repatriados. O critério obedecido pela imigração dos EUA para permitir a volta desse primeiro grupo foi a situação perante a Justiça do país. Todos os que estão retornando já compareceram a audiências com um juiz.
“Queríamos trazer primeiros os idosos, os doentes e as mulheres, mas os norte-americanos são muito inflexíveis nessas regras. Mesmo assim, estamos contentes porque vamos conseguir trazer todos de volta no final”, diz o Senador Marcelo Crivella (PL – RJ), que integrou a missão parlamentar aos EUA junto com o senador Hélio Costa (PMDB – MG) e o deputado João Magno (PT – MG).
Ao chegar ao aeroporto de Confins, os brasileiros terão ainda de passar por uma longa jornada. Serão interrogados pela Polícia Federal e passarão por equipes do Ministério Público, da Receita Federal e do Ministério da Saúde – que farão exames médicos e psicológicos nos presos. Eles serão acompanhados o tempo todo por representantes da Secretaria de Direitos Humanos do Ministério da Justiça. Os que moram em Belo Horizonte poderão ir embora depois dessa etapa, que deve durar a tarde inteira.
Providências
Os brasileiros do interior de Minas Gerais serão assistidos pela Secretaria de Desenvolvimento Social do estado. O governo mineiro encarregou-se de providenciar as passagens rodoviárias para suas respectivas cidades, além de moradia e alimentação para os que precisarem dormir na capital por um dia. A maioria dos que vão para outros estados terá passagens aéreas cedidas pelas companhias TAM, Vasp e Gol. Apenas os goianos seguirão para suas casas em um ônibus fretado.
O Itamaraty, inicialmente, era contrário ao fretamento de um avião para trazer os presos de volta para o Brasil, por considerar que isso fere o direito à privacidade dos presos. No entanto, mostrou-se disposto a rever essa posição depois que os próprios brasileiros detidos concordaram com a alternativa.
Muitos passaram fome e sede ao tentar cruzar o deserto. Alguns fizeram isso acompanhados de seus filhos e, uma vez presos, foram impedidos de vê-los pelos agentes penitenciários. Passaram meses e até anos na cadeia. Uma brasileira tentou o suicídio e foi colocada em um cubículo de menos de seis metros quadrados.
Os gastos com a repatriação foram cobertos pelo governo norte-americano. O custo de manter os presos nos EUA seria bem mais alto. David Kollus, diretor do Centro de Detenção de Florence (Arizona), disse aos parlamentares brasileiros que cada prisioneiro custa por dia UR$ 48 naquele presídio e até US$ 220 em Nova York. Kollus informou ainda que o número de brasileiros presos na região de Florence saltou de 295 em 1998 para 1.576 em 2003. Em todo o país esse número chegaria a ser três vezes maior. os parlamentares encontraram 19 mulheres e 287 homens detidos em Florence. O número de repatriação alcançou 306 desde 1º de outubro do ano passado.

DEPOIMENTO

Desespero de mãe
Eu estou desesperada, emagreci 10 quilos desde que meu filho foi para os Estados Unidos, há mais de dois meses. Sou viúva e recebo um salário mínimo por mês. Ele é o único solteiro, que me ajudava em casa. Trabalhou em fábrica, na produção, mas estava desempregado há dois anos. Meu irmão que mora nos Estados Unidos quis ajudar e pagou US$ 3,5 mil para um coyote de Goiânia levar meu filho ao país. Ele ficou dois dias sem dar notícia e quando ligou para para avisar que estava preso. Então, liguei para o coyote para pedir ajuda, mas ele disse que não podia fazer nada. E ainda foi estúpido. Perguntou para mim: ‘A senhora quer que eu seqüestre alguém para obrigá-los a deixar seu filho passar?’. Acho que meu filho errou ao tentar entrar acomo clandestino nos Estados Unidos, mas ele estava sem emprego, tem a mãe viúva… Meu filho não vai roubar para ganhar a vida! Tem que tentar outra coisa. O governo tem de arranjar serviço para o povo não ir. Fiquei feliz em saber que ele está voltando para casa agora. Meu único medo é que volte ainda mais revoltado depois de tudo que passou.
Altamira Maria Couto
56 anos, mãe de Nelito Alves, brasileiro de 29 anos, de Uberlândia, preso nos EUA.
ENTREVISTA
Governo vai reprimir quadrilha de coyotes
Os brasileiros que foram presos tentando entrar ilegalmente nos Estados Unidos tinham o mesmo sonho: ganhar dinheiro no país. A maioria deles estava desempregado antes de sair do Brasil. Para o Senador Marcelo Crivella (PL – RJ), o desejo de vencer na vida é válido, mas imigrar ilegalmente não deve ser visto como uma saída. Em entrevista ao Correio pouco antes de decolar dos EUA com o grupo de imigrantes liberado pelos EUA, o senador explicou que o governo brasileiro está preocupado agora em desmantelar as quadrilhas de intermediários que promovem a imigração ilegal. (MM)
CORREIO – Como estavam sendo tratados nas prisões norte-americanas os brasileiros que foram presos tentando entrar ilegalmente nos Estados Unidos?
MARCELO CRIVELLA – As cenas que nós encontrávamos nas prisões eram muito tristes. Os norte-americanos respeitam os direitos humanos, hão havia indício de maus-tratos dos brasileiros. Mas eles são também um povo muito duro, que segue regras rígidas. Então, os brasileiros eram tratados como presos comuns e tinham de obedecer a essas regras. Se algum sentia dor de dente numa quarta-feira, tinha de esperar até a segunda seguinte porque era esse o dia do dentista. Elas não flexibilizam nada.
CORREIO – Qual o perfil do imigrante brasileiro ilegal?
CRIVELLA – Todos são pessoas honestas, que foram para os Estados Unidos por causa do sonho de fazer a vida lá, trabalhando. Alguns vão porque têm filhos com algum tipo de doença ou deficiência que precisa ser tratada lá fora. Então é muito comum encontrar jovens de 26, 27 anos de idade. E há muito mais homens do que mulheres.
CORREIO – Como era a vida dessas pessoas no Brasil?
CRIVELLA – A maioria delas estava desempregada antes de sair do país. De fato, isso é um problema. mas imigrar ilegalmente é muito perigoso, e é isso que as pessoas precisam entender. De cada dez brasileiros que tentan entrar ilegalmente nos EUA, nove são presos. Na última semana, tivemos uma boa notícia. Em Florence, onde há o maior número de brasileiros detidos, apenas quatro foram presos na última semana. Normalmente, essa média chega a 40. Isso já é reflexo da campanha de conscientização que estamos fazendo.
CORREIO – A maioria desses brasileiros chegou aos Estados Unidos através de coyotes (que promovem a entrada de imigrantes de forma ilegal). O governo brasileiro está investigando essas quadrilhas?
CRIVELLA – Sim, o Ministério Público e a Polícia Federal estão investigando esses intermediários. Eu, o senador Hélio Costa (PMDB – MG) e o deputado João Magno (PT MG) vamos propor a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao Congresso Nacional para pegar esses coyotes.
Fonte do texto: Senado Federal
Amigos do Crivella
CRIVELLA É O CANDIDATO DO LULA E DA DILMA

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